Tive uma tarde monótona, como se estivesse num túnel fechado,
sem luz, perdido, sem chão por onde pisar.
Estive a trabalhar na biblioteca, que estava cheia, como eu
de saudade por ti. Não tinha tantas pessoas comparando com o número de lágrimas
que já derramei por ti, desde o dia que te conheci.
Só consegui encontrar lugar nuns bancos à entrada do
primeiro piso, e fiquei a tentar estudar. A tentar, porque está difícil.
Tenho que arranjar forças ao mesmo tempo que tento pensar
nos estudos.
Estou com o comutador no meu colo, visto que não arranjei
nenhuma mesa, um remendo, como a minha vida é.
A força que me motiva estar aqui foi saber que estarás por
aqui, algures, nestes prédios que compõem este local. Olho sempre para as duas
saídas da sala da biblioteca a ver se por ventura do destino sairás por ali e
tornares o meu dia especial com a tua presença.
No entanto não posso sair daqui, tenho de acabar este
trabalho com o meu colega, que já notou que estou a léguas daqui. Já me
recomendou apanhar ar a ver se fico melhor, mas o único ar que precisava era o
teu, eras tu e não o posso ter. Dói tanto isto.
Hoje está um dia lindo, mas frio, cheio de luzes lá fora,
que ainda a esta hora posso observar da janela da biblioteca, mas nem tudo
posso observar daqui. Falta-me o fundamental, a luz de todas as luzes que podia
iluminar esta sala.
Todos os prédios que vejo daqui são tão pequenos no horizonte,
vejo montanhas, vejo pessoas ainda mais pequenas.
Eu para elas de certeza se me vissem também era pequeno, mas
luto todos os dias para ficar ainda maior, e que um dia possa sobressair na
paisagem de alguém especial que sempre foi especial para mim.
Estejas onde estiveres, algures talvez por aqui, queria
tanto um teu abraço, agora, e para sempre!
13 JAN, 2017 0
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